7 de out. de 2010

cheiro.

Estava escuro, não havia luz alguma. Mas o cheiro me fazia ficar em estado de êxtase. Um cheiro que sempre foge de mim.
Abri os olhos... Estava no meu quarto. Cheiro de perfume adolescente invadindo minhas narinas logo pela manhã.
Me levantei, me troquei. Ao escovar os dentes o cheiro da pasta de menta refresca minhas vias respiratórias.
Saio de casa, mochila na costa, e o cheiro da manhã vem até mim, cheiro de orvalho, cheiro de sono, cheiro de novo...
Subo para o ônibus; cheiro de gente, e cheiro de gente com sono, com fome, com ânimo, com raiva... CHEIRO.
Na escola o cheiro é uniforme, e não o que agente veste, uniforme de uniformidade, de uma coisa só!
E tem cheiro de... MUITAS COISAS... OK, talvez ninguém me entenda. Termina o estudo e o serviço me chama. Caminho para chegar até lá. No caminho, os cheiros se misturam algo homogêneo como a comida e perfume de mulheres maduras se entrelaçam e fazem meus neurônios ‘’tilintarem’’ (com isso, quero dizer, ouça o estalo em sua mente).
Já no escritório, o cheiro é de... SIMPLESMENTE papel, papel tipo sulfite branca, e cheiro de tinta de impressora queimada.
No mais tardar volto pra casa, abro a porta da cozinha e me vem o cheiro de café velho, com pão quente... Cheiro de casa fechada pedindo para respirar. No banho o cheiro do sabonete de morango que se aguça ainda mais com o vapor da água quente. Aquela água quente que cai sobre os meus ombros, desce pelos meus seios e cai sobre todo o meu corpo.
Água quente que faz meu corpo descansar no infinito daquele banho. Deito em minha cama, cheiro de perfume adolescente com condicionador de camomila. Tudo escuro... O cheiro que foge de mim apareceu. UMA LUZ. UM CHEIRO. UM CHEIRO. UM CHEIRO.
Ficando mais forte a cada momento, alguém se aproxima... E vai ficando mais forte, e o escuro prevalece, e vai ficando mais forte.
DE REPENTE...
Meus olhos se abriram, e tudo sumiu...
07/10/2010

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